Giovanna Nardini
2 min readJan 28, 2022

Quinta-feira, 12:35.

Praça de alimentação do shopping. As mesas afastadas umas das outras por causa da pandemia. Pessoas comendo, horário de almoço, pressa. Crianças. Casais. Amigas da escola.

Me disseram que as melhores histórias é a vida quem faz. Me disseram que as melhores histórias estão no mundo e é onde eu frequentemente as encontro.

Sentados numa mesa redonda, com duas cadeiras.

Ele com uns 12 anos, camiseta branca, bermuda e papete. O cabelo com um topete descolorido, igual se usou durante a minha infância. Dentes da frente um pouco separados, antevendo alguns anos de aparelho. Sorriso fácil, despreocupado, divertido e fascinado com as palavras que ouvia.

Ele com uns 70 anos. Cabelo cheio, todinho branco, com pinta de quem assistia o programa do Silvio Santos até hoje. Camisa, calça social, sapato. Sorriso fácil, despreocupado, divertido e fascinado com as palavras que ouvia.

Um momento tão especial que queria chegar e dizer oi, pago um cafezinho para vocês me contarem essa história - ou uma coquinha gelada.

Falavam sobre a comida ou

Sobre o último jogo do Bragantino ou

Sobre um filtro no Instagram que te deixa parecendo um dinossauro ou

Sobre como é legal ter tomado a vacina ou

Sobre como em outro tempo não existia internet e eu enviava cartas de amor para a vovó ou

Sobre o cachorro que chegou em casa e foi ficando e agora dorme no sofá da sala ou

Sobre o novo filme do Batman que vai estrear em março ou

Sobre o lanche que iam comer em breve ou

Sobre a vida e o amor e o que tudo isso significa de verdade.